Bem vindo à zona por mim escolhida para escrever o que me vai na cabeça..

...ou que, na maior parte das vezes, finjo que vai, porque fica sempre bonito fingir que se sente, como o poeta.

PS


sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ri-te

Ri-te, triste.
Ri-te, feiona.
Ri-te dos outros para evitares chorar de ti própria.
Ri-te com essa vontade que não é tua, mas sim desse mundo fragilmente imaginário onde vives, onde és linda, onde és simpática, onde tens um príncipe encantado e onde ninguém vos compreende e todos vos invejam.
Ri-te, estúpida. Ri-te, que o teu riso alto afaga a pena que de ti têm.
Ri-te, que isso te adormenta, te embebeda, te tira a vontade de ser simpática.
Ser simpática seria uma boa forma de compensares esse teu aspecto, mas não.
Não.
Ela, não.
Ela é demasiado independente para ser simpática só porque sim.
Ela é demasiado segura.
Ela tem uma personalidade muito forte, não vai em simpatias casuais. Nunca.
“Independente, segura, forte.”
Posso, também eu, tentar uns adjectivos?
Feia e antipática. Isso mesmo.
Intolerável.
“Detesto-te, não tens piada nenhuma”
-Também te adoro.
“Deves pensar que sou dessas. Não vou em falinhas mansas.”
-Ok. Acrescento “mentecapta” à lista. Falinhas mansas? Tenta antes ironia, querida.
Olha bem para ti, vá.
Isso.
Agora olha para mim...
Pronto.
Percebes agora por que não haveria lógica em eu dar-te falinhas mansas?
“Não gostas, não comes”
-Pois não, nem que me pagassem. Podes apostar essa cara feia nisso.
“Estúpido!”
-Desculpa? Desta vez não te consegui ouvir… O teu ego estava a gritar tão alto….
Abanaste, não foi?
Pois foi.
Agora?
Agora chora, que rio eu.

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